sábado, 20 abril, 2024 05:22

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Como funciona o Dólar, moeda que influencia na economia mundial

Principalmente nós, que vivemos nos Estados Unidos, estamos diariamente lidando com o Dólar e também com o Real, moeda brasileira, por isto, entender como o dólar funciona e como ele afeta a economia do Brasil e do mundo inteiro, é muito importante.

 

O dólar americano é a moeda emitida pelo Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) para a realização de pagamentos nos EUA e que serve também como referência para a maioria das transações internacionais. O dólar pode ser convertido em outras moedas no mercado de câmbio, que, na verdade, inclui todas as operações em que há troca de moedas – seja ela a americana ou não. O fato de a maioria dos países do mundo terem uma moeda própria torna necessárias as operações de câmbio para a realização de transações de comércio exterior, investimento estrangeiro direto, investimentos em bolsa ou outros ativos financeiros em países diferentes, empréstimos externos, viagens, transferências financeiras internacionais, remessa de lucros e compras no exterior.

Não existe um limite para a compra de dólares no Brasil. No entanto, a legislação não permite que o dólar seja usado diretamente como moeda de pagamento na compra de bens ou contratação de serviços dentro do País. Um cidadão brasileiro também não pode abrir uma conta corrente em dólares em uma instituição financeira que opera no Brasil.

Sempre que quiser ou precisar trocar reais por uma moeda estrangeira, os brasileiros terão de utilizar o mercado de câmbio. Não há um valor máximo para a compra de moeda estrangeira por empresas ou cidadãos, mas, para realizar a conversão dos reais, é necessário seguir uma série de regras do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários e da Receita Federal, que, juntos, disciplinam essas operações.

A taxa utilizada para o câmbio de moedas é livremente pactuada no mercado financeiro entre compradores e vendedores, mas está sujeita a interferências externas. O governo brasileiro tem adotado uma política cambial conhecida como “flutuação suja”, em que o câmbio não é nem fixo nem flutua apenas ao sabor do mercado. O governo pode interferir na formação da taxa por meio do Banco Central, que possui mais de US$ 300 bilhões em reservas internacionais. Esse dinheiro garante ao BC poder de fogo para levar a cotação do dólar para cima ou para baixo, de acordo com seus objetivos. Ao incentivar a oscilação do dólar para baixo, o governo pode, por exemplo, ajudar o BC a conter a inflação, facilitando a importação de produtos. Já um dólar mais valorizado aumenta a competitividade dos produtos nacionais.

Dólar comercial, turismo, paralelo e ptax

Apesar de o dólar ser uma moeda só, há, no Brasil, diferentes cotações para a divisa.

O dólar comercial é utilizado para transações cambiais entre dois bancos ou entre instituições financeiras e grandes empresas. Há cotações diferentes de compra e de venda. A diferença entre as duas cotações representa o lucro bruto do banco responsável pela intermediação das negociações.

O dólar turismo é utilizado para negociações de moeda estrangeira entre bancos e pessoas físicas, que geralmente têm o objetivo de viajar e fazer compras no exterior. Como as quantidades de moeda movimentadas em cada uma dessas operações costumam ser bem menores, o spread do banco ou casa de câmbio é maior.

O dólar paralelo é ilegal. Esse mercado existiu no Brasil até a década de 1990, mas começou a morrer no governo Collor. Hoje é necessário ser instituição autorizada pelo Banco Central para comprar e vender moeda estrangeira. Um doleiro que negocia a moeda comete crime federal.

A Ptax (ou Ptax 800) é a taxa média ponderada de negociação de dólares entre instituições financeiras. A taxa também funciona como um indexador da variação cambial, já que os contratos de dólar futuro negociados na BM&F seguem o valor da Ptax futura. Para operações de câmbio de dólares por outras moedas que não o real, também é utilizada a Ptax.