quarta-feira, 24 abril, 2024 21:02

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Namoro no trabalho: certo ou errado?

Uma pesquisa americana revelou que os relacionamentos estão tornando-se cada vez mais comuns, tanto que 25% dos funcionários entrevistados já tiveram “casos” com colegas de trabalho. Desses, a metade acabou se casando – com ou sem papel passado.

A justificativa é simples. As pessoas têm passado cerca de oito dez horas nos locais de trabalho, então as chances de encontrar seu “príncipe encantado” tornaram-se mais fáceis. “Quando você passa grande parte do seu dia no escritório, passa a ter relações mais estreitas com as pessoas, o que facilita o envolvimento”, esclarece a psicóloga Regina Vera Dias.

Apesar de não serem incentivados pelas empresas, são poucas as que vetam. Um exemplo disso é que, nos Estados Unidos, apenas 27 em cada 100 companhias têm alguma política sobre o assunto. Dessas, apenas 7% proíbem que os empregados levem às vias de fato uma paixão ou atração sexual. E isso num país em que qualquer olhar, gesto ou palavra pode ser interpretado como assédio sexual.

No Brasil, a regra é manter a discrição e, dependendo da empresa em que trabalha, buscar uma recolocação no mercado. “A maioria das empresas é contra o casamento entre funcionários”, informa a psicóloga.

Agora, se o romance for inevitável, tome cuidado: não é porque está apaixonado que vai esquecer das obrigações ou começar a trocar carinhos na frente do patrão. Elisabete Vidal Leite Ribeiro Cardoso, coordenadora de seleção e treinamento do clube A Hebraica, declarou que não há uma proibição, mas as pessoas devem evitar a divulgação do relacionamento. “Claro que todos acabam percebendo, mas é melhor evitar comentários. Outra cautela é não usar em demasia telefones e formas de comunicação interna para ficar trocando recadinhos amorosos”, avisa.

Se o casal trabalha no mesmo departamento, os cuidados devem se redobrados. “Nada de levar problemas pessoais para o trabalho. Uma pessoa só pode se envolver com outra a partir do momento que tenha uma certa maturidade”, diz Regina Vera. Segundo ela, a empresa só vai começar a implicar com o seu relacionamento quando houver uma queda na produtividade ou ciúmes exagerados.

Então, se você não resistiu aos encantos do seu colega de trabalho, mas não quer prejudicar seu rendimento profissional e muito menos perder o emprego, acompanhe abaixo algumas dicas especiais para você manter seu cargo e também o relacionamento.

Por mais apaixonados que vocês estejam, cuidado. Empresa não é lugar de juras de amor ou arroubos de paixão. Os colegas podem ficar embaraçados e os chefes desconfiados de sua capacidade de concentração. Vocês estão lá para trabalhar.

Mesmo no corredor vazio ou no estacionamento deserto, evitem até o mais singelo dos beijos. Pode ser excitante imaginar que vocês namoram às escondidas enquanto os outros trabalham. Se flagrados numa situação dessas, vocês serão o assunto predileto da empresa.

Não caiam na asneira de comentar as delícias da noite passada por e-mail. Só os ingênuos acreditam na inviolabilidade do correio eletrônico.

Apelidos carinhosos só em casa. Dentro da empresa, ela não é o “docinho”, a “bonitinha” ou o “amorzinho”. E tampouco ele é o “tigrão”, o “baby” ou o “mozão”. Façam de tudo para ser vistos como dois profissionais independentes, com opiniões próprias.

A vontade de aproveitar qualquer oportunidade para estar a sós é grande. Mas não se coloquem em separado do restante do grupo. O espirito de cooperação de equipe é muito valorizado hoje em dia.

A empresa pode até não exigir que comunique-se o início do namoro. Mas, no momento em que o romance revela-se promissor e duradouro, o ideal é que os superiores sejam avisados. Evita-se, dessa forma, falatórios maldosos e histórias mentirosas.

Não escondam o relacionamento. Se o grande fofoqueiro (a) do escritório quiser saber se vocês estão namorando, responda com um sincero sim.

Vocês podem ser defensores da tese de que o ciúme é o tempero do amor. Os grandes ingredientes do trabalho, no entanto, são a competência e o senso de profissionalismo. Roupa suja se lava em casa.

Se por acaso você apaixonar-se pelo chefe, não faça disso motivo para relaxar no serviço, como chegar mais tarde ou sair mais cedo, por exemplo. Se você for o superior e concordar com a atitude do companheiro, pode ter certeza que sua liderança ficará desacreditada e na certa trará problemas.