quinta-feira, 28 março, 2024 02:58

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Socorro! Minha Casa Virou Escola!

O impacto que a pandemia do Coronavírus vem trazendo para nossas famílias está longe de terminar. Primeiro foram as medidas básicas para evitar a contaminação, como lavar as mãos e aplicar álcool gel inúmeras vezes ao dia. Depois foi a corrida aos supermercados, a suspensão de atividades que envolvessem aglomeração, o distanciamento social e agora estamos de quarentena: comércio, parques, atividades sociais e, para o pesadelo dos pais, as escolas estão fechadas, sem data prevista para voltarem às atividades. Escolas fechadas, crianças em casa, pais fazendo home office, professora manda tarefa, a criança não faz, a mãe perde a paciência, o pai dá bronca, o filho se distrai com o video game, a mãe manda pegar o caderno de novo, e por aí vai. Parece dramalhão, não é?

Com as escolas fechadas, mais do que perder um parceiro na arte de educar os filhos, aos pais ainda foi delegada a (talvez) difícil tarefa de acompanhar o aprendizado escolar. Some a isto o fato de que muitos pais não têm familiaridade com a cultura escolar americana e, nem sempre, conseguem estar plenamente envolvidos no aprendizado dos filhos, às vezes por falta de tempo, outras  por não dominarem o inglês, como é o caso de muitas famílias de brasileiros e latinos. É melhor aceitar a aceitar a ideia de que, por algum tempo, as casas serão as escolas dos filhos e pais e mães serão professores, já que a crise do Coronavirus parece longe de terminar. Este cenário soa desalentador, certo? Calma, não necessariamente precisa ser assim.

Enquanto a maioria está apreensiva com a possibilidade que os filhos terminem o bimestre ou, talvez, o ano letivo, dentro de casa, um grande número de famílias está rindo daquele dramalhão: são aquelas onde os pais trouxeram para si a tarefa de ensinar os filhos, o chamado homeschooling. Essa prática não é muito conhecida no Brasil, mas é bastante comum nos EUA. O homeschooling já estava legalizado em todos os territórios americanos por volta de 1993 e atende por volta de 2,5% das crianças e jovens em idade escolar. Alguns estudos apontam que as crianças educadas exclusivamente pelas famílias têm um desempenho acadêmico melhor que os alunos do sistema de ensino escolar. Apesar de ainda ser uma alternativa controversa, o homeschooling parece substituir a escola com algumas vantagens. Quais seriam? A criança que estuda em casa aprende a ser mais autônoma e organizada. O ambiente doméstico não oferece tantas distrações e não se perde tanto tempo em atividades não relacionadas à aprendizagem, como locomover-se até a escola, esperar na fila da cafeteria, deslocar-se entre uma aula e outra, conversar com o colega, etc. É claro que o envolvimento dos pais no homeschooling faz toda a diferença neste processo, pois não é um aprendizado totalmente livre, desestruturado, mas possui uma disciplina definida pelos pais, levando em conta a personalidade, as afinidades e os talentos acadêmicos e artísticos dos filhos.

Desafiador? Com certeza! A intenção não é motivar os pais em quarentena a abolir as escolas para sempre, mas mostrar que as famílias podem, sim, oferecer uma aprendizagem atraente os filhos, pelo menos enquanto as escolas estiverem fechadas. Apenas lembrando que os alunos ainda terão o acompanhamento e supervisão dos seus professores, por meio de atividades como exercícios online e videos a serem realizados em computadores ou tabletes. Ou seja, pais e alunos não estarão sozinhos, como no caso do homeschooling – apesar de existirem muitos recursos e associações que se dedicam a este tema, além de algumas diretrizes e regulamentações impostas pelos estados. As escolas darão o apoio necessários para o que estão chamando de distant learning ou aprendizado remoto. A UNINTER Américas, Centro Universitário Internacional, estará fornecendo conteúdos e informações em português, elaborados por professores e especialistas em educação e psicologia. Visitem a página Infanto-Juvenil(PK12) . Quanto mais recursos estiverem disponíveis, mais fácil será dar conta do recado. Ainda assim o aprendizado remoto parece muito complicado? Lembrando que os pais dessa garotada antenada e bilíngue são de uma geração que viu nascer os smartphones, a internet, as redes sociais etc, mas conseguiu se adaptar, certo? Neste mundo cada vez mais globalizado e tecnológico as mudanças são contínuas, portanto adaptação e transformação fazem parte da vida. Confiem, porque vai dar certo.