quarta-feira, 24 abril, 2024 18:40

MATÉRIA

Estresse Infantil

Quando se fala de estresse, pensamos em uma doença só dos adultos, porém essa não é a realidade. As brigas entre os pais, a mudança de casa ou de escola, a exigência de conhecer novos amigos e as excessivas tarefas, também podem transformar as crianças em vítimas deste problema.

Os pais, muitas vezes, trabalham o dia inteiro e esta atividade pode demandar muito tempo, fazendo com que se tornem ausentes em casa e só exijam o rendimento das crianças sem apoio afetivo. Este último é vital para evitar o estresse e poder perceber o que o filho sente.

As causa mais freqüentes de estresse infantil são:

• Disfunção familiar, separação ou abandono dos pais.

• Mudança da casa, cidade ou escola.

• A chegada de um novo irmão.

• Dificuldades de adaptação social.

• Morte de algum parente.

• A competitividade e a exigência nas escolas.

Condutas alarmantes

Os sintomas do estresse nas crianças menores de cinco anos:

• Irritabilidade

• Choro mais do usual.

• Desejo de estar sempre nos braços

• Pesadelos.

• Medos excessivos à escuridão, aos animais ou a estar sozinhos.

• Mudanças no apetite.

• Dificuldades na fala.

• Retorno a comportamentos infantis já superados, como urinar na cama ou chupar o dedo.

Os sintomas do estresse nas crianças de entre 5 a 11 anos são:

• Irritabilidade.

• Agressão.

• Choros.

• Necessidade de chamar a atenção dos pais competindo com os irmãos.

• Apresentar dores físicas sem existir doenças.

• Afastamento dos colegas.

Os pais devem estar atentos a alguma dessas manifestações e recorrer ao profissional, pois o estresse pode impedir o bom desenvolvimento da criança.Se o estresse chega a passar desapercebido pelos pais e não é tratado corretamente, corre-se o risco de que se desenvolva outro tipo de patologias associadas, como a depressão. Isto pode ser evitado se os pais tiverem tempo de olhar com calma o seu filho.

O stresse infantil também pode levar as crianças a desenvolverem doenças como” lesões por esforço repetitivo” que é uma doença que não discrimina. Uma criança tem a mesma probabilidade de desenvolve-la quanto um adulto. Os sintomas são semelhantes, mas com os filhos, os sintomas podem ser um pouco diferentes porque as atividades que a causam são diferentes. As crianças que ficam muito tempo sozinhas em casa ou que os pais não impõem limites, acabam passando horas sentados à frente de um computador jogando videogame.

Vários problemas têm sido associados ao uso de computadores e videogames em crianças e adolescentes, como diminuição da atividade física e prática de esportes, obesidade, dor torácica, dor abdominal, fadiga, anorexia, ansiedade, cefaleia, comportamentos agressivos, desinteresse pela escola e outros esportes, etc…

Uma boa educação inclui limites, horários, boa alimentação e uma rotina que inclua esportes, brincadeiras, obrigações (principalmente escolares) um pouco de televisão e videogame, mas tudo em doses certas, afinal, nenhum pai quer ver seus filhos estressados.

Outro ponto muito importante é observar a escola onde os filhos estudam, e a forma como eles organizam o tempo em que seus filhos ficam lá.

“O cotidiano de uma Escola Infantil tem de prever momentos diferenciados que certamente não se organizarão da mesma forma para crianças maiores e menores. Diversos tipos de atividades envolverão a jornada diária das crianças e dos adultos: o horário da chegada, a alimentação, a higiene, o repouso, as brincadeiras – os jogos diversificados – como o faz-de-conta, os jogos imitativos e motores, de exploração de materiais gráficos e plásticos – os livros de histórias, as atividades coordenadas pelo adulto e outras”.

Assim, para organizar estas atividades no tempo, é fundamental levar em consideração três diferentes necessidades das crianças:

“As necessidades biológicas, como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene e à sua faixa etária; as necessidades psicológicas, que se referem às diferenças individuais como, o tempo e o ritmo de cada um; as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida”.

Enfim, os pais devem estar atentos a todos estes fatores, detalhes que garantem a qualidade de vida de uma criança tranquila, que sabe que existem limites, obrigações, horários, diversão, alguns momentos mais agradáveis do que os outros e aprende tudo isto, sem pressão, aprende a lidar com o tempo, dividido entre atividades diferentes com tranquilidade e segurança porque sabe que os pais estão por perto, para mudarem o que precisa ser mudado e dar a eles, o suporte que eles precisam.