O especialista em inteligência espiritual Fabrício Nogueira fala sobre as simbologias que envolvem o Natal
Existe grande unanimidade quando se pergunta sobre qual é a festa mais querida do ano: Natal. Não é por menos! É também uma das festas mais antigas do mundo ocidental.
Já antes de se comemorar o nascimento de Jesus pela cristandade, celebrava-se a festa no Novo Sol, logo após a noite mais longa do ano. Desde então, ela simbolizava a esperança de um novo amanhecer, depois de uma longa noite de escuridão. Celebrava-se a proteção divina, que não deixava faltar a vida às suas criaturas. Celebrava-se a esperança de um novo alvorecer. Tudo isso era simbolizado com grande alegria neste ritual de festa e luz.
Com o cristianismo, a festa encheu-se mais ainda de força e significado. Ganhou caráter mais espiritual, reforçada pela certeza de que a criança festejada, Jesus Cristo, não se tratava de uma pessoa qualquer, senão o próprio filho de Deus.
Tamanho significado e beleza ganha ainda mais abrangência com a adição das tradições nórdicas, marcadas por símbolos como “guirlandas, árvores de natal, meias e sacos de presentes e pela figura mítica do papai Noel” que, mais do que uma simples figura comercial, consegue trazer ao público infantil o sentido da esperança da realização de sonhos e da partilha.
O bonito destas tradições é sua força de coletividade. É uma época em que as pessoas tornam-se mais unidas, festivas, alegres e esperançosas. É o momento de reatar laços, refazer votos, reanimar corações, reacender esperanças e sonhos. É um tempo realmente mágico.
Do ponto de vista da espiritualidade, resta uma questão: até que ponto todas estas festividades conseguem atingir uma realidade mais profunda do ser humano? Afinal de contas, em quantos Natais milhares de pessoas se encontraram, fizeram votos e promessas, e viram suas metas sendo vencidas pela dinâmica do dia a dia e por circunstâncias diversas da vida? Fica a pergunta: eram profundas, verdadeiras e honestas todas essas promessas e projetos, ou eram mais uma repetição de um rito de passagem?
Essa questão é muito salutar pra quem busca desenvolver-se pessoalmente e crescer a cada ano. Não terá chegado o momento de deixar-se marcar mais pelo sentido profundo do Natal do que pelos seus inúmeros adornos externos? Dar e receber presentes, encontrar-se com pessoas e festejar, ou realmente propor-se a um novo nascimento?
O nascimento de Jesus, celebrado nestes dias, representa isso: a possibilidade de um novo nascimento interior. Renascer pelo perdão verdadeiro e profundo; renascer por um novo olhar fraterno a todos, sem distinção; renascer para uma maior participação familiar; renascer para a compaixão com os mais sofredores; renascer para uma busca de maior crescimento pessoal e humano; renascer para valores profundos de paz, harmonia e amor.
Nada melhor do que unir um período, com tantos símbolos e significados, a uma grande busca interior de transformação, para que 2022 seja o melhor ano de suas vidas.