terça-feira, 16 abril, 2024 07:37

MATÉRIA

Terapia Familiar – você já pensou em fazer?

Os benefícios da terapia familiar sistêmica em doenças crônicas na família

O

 que você tem feito para cuidar da Saúde de sua família? Como agir quando recebemos a notícia de uma doença no seio familiar? O adoecimento pode gerar diversos impactos no sistema familiar. 

O surgimento de doença seja ela incapacitante ou não é um momento crítico para família, pois atinge todos os seus membros.

Quando uma família recebe a notícia de que um dos seus membros está acometido pela doença o primeiro fator prejudicial à saúde mental é a falta de informação sobre o diagnóstico. Doenças crônicas que ameaçam a vida precipitam a perda da identidade da família, certos diagnósticos obrigam a família a uma transição em que uma das principais tarefas é a de acomodar e aceitar as novas exigências que a doença traz consigo.

O adoecimento é um momento especialmente crítico de enfrentamento para a família, pois atinge todos os seus membros, interfere no equilíbrio psíquico e fisiológico do indivíduo. Nesse momento, é compreensível que a aflições e insegurança surjam podendo gerar conflitos, desgastes e desentendimentos principalmente na comunicação.

A família constitui-se como um dos principais alicerces importantes e vitais para um indivíduo, principalmente por seus laços biológicos e vínculos afetivos formado na dinâmica familiar.

O processo de adoecimento de um membro da família pode gerar diversos impacto no sistema familiar, com prejuízos funcionais, emocionais e sociais.

A vida é composta por ciclos de vida. Dependendo do momento em que a doença surge, pode provocar um tipo diferente de ruptura, caso coincidir com um período de construção de algum integrante, por exemplo entrada na faculdade ou saída de casa de um filho. Uma abordagem que considere a família pode ser mais eficaz porque permite abordar o estresse emocional na sua fonte.

Os terapeutas familiares conduzem o processo de forma a expandir seu foco sobre o sintoma por meio da escuta das histórias narradas de dores emocionais. Entendemos os sintomas como uma forma singular de comunicação. olhar sobre os indivíduos, suas famílias e seus contextos de vida, identificando como as famílias existem, quem são, como são compostas, como funcionam, que papéis desempenham, quais são as forças que os grupos familiares constituíram ao longo da sua trajetória para co-construir o cuidado às famílias, reconhecendo-as, respeitando sua autonomia e favorecendo a resolução dos seus problemas.

O terapeuta familiar não trabalha individualmente, mas com toda família. É como se a família fosse “O paciente”. O profissional observa como a família interage e se comunica. Por exemplo, numa sessão de terapia familiar, o paciente pode expressar sua raiva contra seus parentes que não lhe dão apoio, como também poderá aproveitar o ambiente acolhedor para expressar seus medos, suas tristezas e frustrações. Dessa maneira, durante a sessão de terapia, a família começa a se comunicar de maneira mais aberta para modificar o sistema familiar e se tornar mais receptivo às necessidades de todos os membros.

A posposta desta abordagem através da Terapia Familiar Sistêmica propõe uma mudança na comunicação entre os familiares afim de restabelecer o equilíbrio do sistema. Neste formato terapêutico o profissional entende os sintomas de qualquer adoecimento não sendo pertencente e responsabilidade apenas ao individuo que apresenta a queixa, mas sim a um produto das inter-relações desse sistema.

Seguindo esse ângulo de desvendar as interligações no sistema familiar o foco terapêutico desloca-se dos sintomas para as relações. Segundo Sampaio (1984):

Em terapia familiar sistémica a família é definida como um sistema, isto e, um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações, em contínua relação com o meio exterior, mantendo o seu equilíbrio interno no decurso de um processo de desenvolvimento complexo, com crises regulares que exigem um reajustar flexível do conjunto das regras que regulam o funcionamento do sistema familiar.

Nesse contexto de ameaça ao equilíbrio dos sistemas, o processo de adoecimento de um membro da família desencadeia impactos diretos no funcionamento do núcleo familiar e, consequentemente, no ciclo de vida desse grupo, com o entendimento deste fenômeno complexo, temos uma perspectiva mais ampliada onde está relacionado à interação de fatores biológicos, psicológicos, socioambientais e espirituais, sendo, portanto, um processo influenciado fortemente pela estrutura familiar e comunitária do indivíduo.

Benefícios da terapia familiar

• elevar a autoestima dos pacientes;

• reduzir conflitos;

• combater raivas e mágoas entre parentes;

• promover diálogo e autoconhecimento;

• evitar a culpabilização da família pelo adoecimento;

• diminuir a sobrecarga dada aos familiares;

• reduzir o sentimento de solidão, tanto do paciente quanto daqueles que ama;

• esclarecer dúvidas sobre o tratamento e auxiliar todos a aceitá-lo e a colaborar com ele.

A terapia, assim, ajuda a solucionar desentendimentos que possam ter contribuído com os problemas dos pacientes e estimula os familiares a falarem sobre si e desabafarem a respeito do sofrimento com que têm lidado. A ideia principal é que seja um momento acolhedor, livre de julgamentos.

Sendo assim o terapeuta familiar é o profissional mais capacitado para auxiliar na reorganização do sistema diante das atuais exigências deste processo saúde-adoecimento dentro da dinâmica familiar.