Atlanta é uma das piores cidades para o tráfico de pessoas. Ouvimos isso com frequência, mas me pergunto quantos de nós realmente veem isso – ou tomam tempo para saber mais sobre isso. As vítimas de tráfico podem ser babás, travestis, cozinheiros, faxineiros, funcionários de lojas de conveniência e até cônjuges. São pessoas que vemos todos os dias, mas reservamos um tempo para ouvir as suas histórias?
O tráfico envolve o recrutamento, transporte ou abrigo de alguém levado para participar de trabalho forçado, servidão involuntária, exploração sexual por ameaça, força, fraude, engano ou coerção. Para as vítimas imigrantes de tráfico, as ameaças geralmente incluem ameaças de chamar ICE e deportação.
Os exemplos podem nos ajudar a ver como é o tráfico de pessoas em nossas comunidades.
Olawa, uma cidadã de Gana, conheceu David enquanto ele estava de férias em seu país natal. Eles se apaixonaram e David disse a Juana que ele morava nos Estados Unidos, que ele poderia cuidar dela e que ela deveria estar com ele. Olawa chega aos Estados Unidos, ansiosa para começar uma nova vida com o homem que ama, mas em poucos dias tudo muda. Ele diz a ela que ela está lá para cozinhar, limpar e cuidar das necessidades dele. Ele pega o passaporte dela e esconde. Ela não tem permissão para ter um telefone ou sair de casa. Quando ela reclama, ele bate nela e diz que ela está nos EUA sem permissão, e ele ligará e a deportará se ela não fizer o que diz. Olawa é vítima de tráfico de pessoas.
Mitesh, cidadão da Índia, é formado em engenharia de software. Uma empresa sediada nos EUA organizou uma feira de empregos em sua cidade natal dizendo que pessoas com sua formação poderiam ganhar mais de $100.000. Mitesh decide aceitar um emprego na empresa e vem para os Estados Unidos. Uma vez aqui, ele disse que precisa trabalhar em uma loja de conveniência enquanto a empresa aguarda a disponibilidade de um cargo de engenharia. Ele trabalha 14 horas por dia, mas depois de seis meses, não se fala mais em uma posição de engenharia. Ele pergunta ao empregador, mas foi informado que seu visto expirou e não há como ele conseguir um trabalho legal agora. Mitesh é vítima de tráfico de pessoas.
Juana contrata coiotes para trazê-la de Honduras para os Estados Unidos. Ela pagou $5.000. Enquanto viaja pelo México, os coiotes a levam carregando malas para eles – dizendo para ela não olhar para dentro. Juana chega aos Estados Unidos e os coiotes dizem que ela precisa pagar mil dólares extras a eles porque a viagem levou mais tempo do que o esperado. Agora, isso passou de uma situação de contrabando para uma de tráfico, porque Juana foi forçada a trabalhar carregando malas e ela está sendo informada de que o preço mudou.
Esses exemplos mal abrangem os diferentes exemplos que poderíamos citar sobre o tráfico humano. Desafio todos nós a ter mais consciência sobre o tráfego – onde as pessoas são forçadas a ficar em uma situação em que não querem ficar por causa de ameaças. Existe ajuda de imigração disponível. O USCIS oferece proteção para vítimas de tráfico de pessoas – o visto T. Precisamos nos educar sobre a aparência do tráfico, (as situações que caracterizam tráfico) para que possamos ajudar as vítimas a avançar, obter proteção e recuperar sua independência.