sexta-feira, 26 abril, 2024 14:18

MATÉRIA

Empoderamento feminino: o que é, importância e como desenvolver

Você já ouviu falar no termo empoderamento feminino, não foi? Mas será que sabe o que ele realmente significa e representa?

Ao longo dos últimos anos, o assunto ganhou espaço para discussão nos mais variados meios, sobretudo nas redes sociais.

Hoje, tem gerado debates acalorados sobre o espaço da mulher na sociedade e também a respeito das transformações necessárias para que ele seja ampliado.

Afinal, por que elas ainda ganham menos que os homens, mesmo quando ocupam os mesmos cargos? Ou, então, por que são tão poucas nos espaços de decisão, inclusive na política?

As discussões sobre empoderamento feminino cumprem um papel importante na busca de respostas sobre essas e outras situações que fazem parte do dia a dia.

O que é o empoderamento feminino?

O empoderamento feminino é um conceito criado para definir ações e iniciativas que buscam delegar poder às mulheres, seja no mercado de trabalho, na comunidade, em espaços de debate ou mesmo em casa.

Derivado do termo em inglês “empowerment”, diz respeito à capacidade do indivíduo – no caso, a mulher – de realizar, por conta própria, as mudanças necessárias para que possa evoluir e se desenvolver.

Quais são os princípios do empoderamento feminino?

Uma mulher empoderada é capaz de transformar a realidade.

Afinal, ela não acredita em todos aqueles que insistem em limitar as suas capacidades e mesmo definir o seu lugar no mundo.

Infelizmente, essa nem sempre é a realidade e muitas ainda encontram dificuldades das mais diversas para ocupar espaços e desenvolver o próprio potencial.

Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e o Pacto Global das Nações Unidas desenvolveram sete princípios.

Eles representam um conjunto de considerações que ajudam a sociedade e, sobretudo, a comunidade empresarial, a incorporar práticas e valores que não só abram espaço para o empoderamento das mulheres, mas também para a equidade de gênero.

Veja quais são eles:

Liderança

“Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.”

Ou seja, garantir que esse não seja apenas mais um tema tratado dentro da empresa.

O ideal é que, inclusive, a presidência se envolva ativamente com o assunto.

E se estamos falando em empoderamento da mulher, também é fundamental que haja espaço para o desenvolvimento de lideranças femininas, que vão garantir que o tema permaneça em discussão e aplicação.

Igualdade de oportunidade, inclusão e não discriminação

“Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.”

O segundo princípio fala sobre a importância de buscar a equidade e oferecer um espaço de trabalho inclusivo, no qual a discriminação seja a única a não ter vez.

Saúde, segurança e fim da violência

“Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.”

A violência é um problema global, mas que afeta especialmente as mulheres.

Para que possam se desenvolver, elas também precisam estar tranquilas, sem medo de serem vítimas de abuso ou assédio.

Educação e formação

“Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.”

A educação é a base de tudo e, não por acaso, consta em um princípio específico.

Afinal, é a partir dela que as mulheres ganham a chance de se especializar cada vez mais e conquistar o conhecimento necessário para a própria emancipação e crescimento.

Desenvolvimento empresarial e práticas da cadeia de fornecedores

“Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.”

Não é apenas sobre o crescimento da empresa, mas também sobre como ela pode se desenvolver oferecendo oportunidades para que as mulheres evoluam em conjunto.

Não menos importante, incentivar que tenhamos cada vez mais empreendedoras.

Liderança comunitária e engajamento 

“Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.”

O nível local é de extrema importância para que as mulheres ganhem espaço de fala.

É também a partir dele que se desenvolvem muitas das lideranças femininas na política.

Acompanhamento, medição e resultado

“Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.”

De nada adianta a empresa apenas formalizar a adoção das medidas se elas não oferecem impacto real na vida das mulheres.

Por isso, todo o processo precisa ser documentado e acompanhado de perto, mostrando os resultados alcançados.

Mas por que empoderamento feminino
é tão importante? 

Garantir que o empoderamento feminino seja uma prática recorrente na sociedade é uma forma de promover a equidade de gênero e evitar que as futuras gerações ainda vivam em um mundo de disparidades gritantes.

Para se ter uma ideia, as mulheres trabalham cerca de três horas a mais que os homens por semana, levando em conta trabalho remunerado, cuidado de pessoas e atividades domésticas.

Ainda assim – e contando com um nível de educação mais alto – elas continuam ganhando, em média, 76,5%, do rendimento dos homens.

É o que mostra o estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas não é apenas para elas que o empoderamento feminino pode ser vantajoso, como veremos a seguir.        

É positivo para o avanço da ciência e tecnologia

O avanço feminino é também uma forma de fortalecer a economia e buscar avanços fundamentais nas áreas de ciência e tecnologia, onde elas ainda contam com espaço limitado.

Imagine o potencial de transformação.

É um ponto de partida na luta pela igualdade entre todos

A busca pela equidade deveria ser uma bandeira de todos.

Não se trata de colocar as mulheres à frente dos homens ou vice-versa, mas de garantir que elas possam contar com as oportunidades necessárias para que atinjam espaços e posições antes inimagináveis.

Que tal promover a igualdade você também?

Qual a importância do empreendedorismo para as mulheres?

Para muitas mulheres, empreender é a única opção, diante da falta de oportunidades no mercado de trabalho ou da insuficiência dos salários oferecidos.

Por isso, elas são verdadeiras especialistas em criar pequenos negócios, seja produzindo salgadinhos para vender ou abrindo o próprio salão de beleza.

No entanto, é preciso criar condições para que elas possam ir além e atingir novas oportunidades.

Nesse sentido, o fortalecimento dos sete princípios de que falamos anteriormente é fundamental.

O empreendedorismo é um meio para que as mulheres busquem a sua independência e possam ter uma renda e mesmo sustentar a família – isso sem falar na realização de seus sonhos.

Dicas para desenvolver o empoderamento feminino

É mulher e quer conquistar seu espaço cada vez mais?

Veja agora algumas dicas que só dependem de você mesma.

Pare de viver de acordo com as
expectativas dos outros

Não deixe que as expectativas alheias limitem ou conduzam as suas possibilidades.

Você é a dona da sua própria história e precisa assumir esse protagonismo.

Seus pais querem que você seja médica? O namorado acha que você precisa emagrecer? A família quer saber quando você vai casar e ter filhos?

Lembre-se de que todas essas escolhas não podem ser tomadas por outras pessoas.

Na dúvida, pare e pense em quais são as suas prioridades e o que você quer para o futuro.

Pare de se sentir culpada por querer respeito e espaço

Você certamente já viveu situações constrangedoras por ser mulher, não é mesmo? Aquela piadinha sem a menor graça, alguém que passou dos limites e tentou desrespeitar a sua vontade ou mesmo o silenciamento quando tentou dar a sua opinião.

Também é bem possível que você tenha ficado sem graça ao vivenciar essas situações, até imaginando como se tivesse sua parcela de culpa.

Pois é hora de deixar esse sentimento de lado e mostrar a sua posição. Não deixe simplesmente passar.

Pare de julgar outras mulheres

Com frequência, acabamos julgando outras mulheres, seja pela aparência, pelos relacionamentos amorosos ou pelo comportamento no ambiente de trabalho.

No fim das contas, essa é uma atitude que vai contra o empoderamento feminino e que acaba dificultando o crescimento de outras mulheres.

Por isso, da próxima vez que você se enxergar diante de uma situação como essa, que tal oferecer apoio no lugar de julgamento?

A união entre as mulheres é fundamental para que o crescimento de todas ocorra.

Como o empreendedorismo se beneficia com o empoderamento feminino? 

O empreendedorismo também se beneficia quando as mulheres se empoderam.

Afinal, elas ganham espaço para que possam se tornar profissionais cada vez mais qualificadas e cheias de atitude, prontas para transformar a realidade.

Criativas e inovadoras, elas também tendem a propor novas soluções para resolver problemas antigos e, assim, movimentam o mercado.

Como praticar o empoderamento
na sua empresa?

Além dos sete princípios que apresentamos no início do texto, existem outras iniciativas que podem ser adotadas pelas empresas para promover o empoderamento feminino.

Confira quais são elas e leve essa ideia para o local em que trabalha ou gerencia.

Aborde a importância das
mulheres na história.  

Normalmente, a história é contada a partir de um ponto de vista que é masculino.

Ou seja, os homens sempre são os grandes personagens à frente de transformações importantes.

Que tal inverter essa lógica e destacar mulheres que foram e são importantes dentro do ramo de atuação da empresa?

Também vale falar sobre as lideranças femininas que fazem parte do negócio hoje em dia e evidenciar como elas fazem a diferença.

Incentive a leitura de livros
escritos por mulheres

E se a empresa oferecesse uma pequena biblioteca, recheada de títulos escritos por mulheres?

É mais uma forma de incentivar o empoderamento feminino e inspirar as colaboradoras.

Dessa forma, elas podem ter exemplos de mulheres que escreveram obras importantes, seja da literatura ou de alguma área específica, e buscar crescer a partir deles.

Isso sem falar que é uma maneira de promover a educação e o conhecimento.

Modere debates sobre gênero, feminismo e empoderamento feminino

Também é possível criar eventos que promovam discussões ligadas ao empoderamento feminino e à situação específica das colaboradoras, tentando entender quais são os seus principais anseios e como a empresa pode auxiliar na solução.

Será que elas se sentem confortáveis para ter filhos enquanto trabalham na empresa? Ou será que ficam com aquele medo de que possam ser demitidas? Esse é um exemplo de questão importante a ser discutida.

Oferecer palestras com mulheres que são referência em alguma área também é uma forma de promover o empoderamento e mostrar às colaboradoras o quanto elas podem crescer.

Conheça histórias de empoderamento feminino no cinema 

O cinema também tem sido uma ótima opção para estimular mulheres que desejam ir além e mudar a realidade.

Opções de filmes para servir como inspiração não faltam.

Se você ainda está sem programa para o final de semana, vale a pena conferir o títulos que separamos a seguir e fazer aquela maratona.

Mulher Maravilha

O filme conta a origem da Mulher Maravilha.

Para isso, volta a uma ilha isolada, onde a pequena Diana, princesa das Amazonas, vive protegida pela mãe – que impede que ela treine para se tornar uma brava amazona.

No entanto, a jovem ignora a ordem e busca a ajuda de sua tia para completar o treinamento.

Anos mais tarde, tudo muda quando um avião cai na ilha e Diana precisa socorrer o piloto.

No desenrolar da trama, descobre que ele é um espião britânico envolvido em uma batalha que domina o mundo: a Primeira Guerra Mundial.

Tomada pela vontade de evitar um desastre e proteger a humanidade, ela contraria a mãe mais uma vez e vai para o campo de batalha com o piloto.

Além da trama, em si, o filme reforça o empoderamento feminino por mostrar uma heroína como personagem principal.

Estrelas Além do Tempo

No momento em que o mundo vivia o auge da corrida espacial, travada entre União Soviética e os Estados Unidos, uma equipe de cientistas da Nasa foi o elemento crucial para a vitória americana.

Com um detalhe: ela era formada apenas por mulheres afro-americanas, que lideraram umas das maiores operações tecnológicas da história do país e se tornam verdadeiras heroínas.

Livre

A obra conta a história de Cheryl Strayed, a mulher que decidiu percorrer uma trilha de 4.200 quilômetros sem qualquer experiência prévia.

Tudo em busca de um objetivo: o autoconhecimento.

Durante o filme, a personagem percorre toda a costa oeste dos Estados Unidos e a fronteira com o México até o Canadá. No caminho, além de viver o perigo do ataque de algum animal, o frio, as bolhas, o risco de ser estuprada e a falta de água, ela precisa conviver com memórias do passado que insistem em aparecer.

Que horas ela volta?

Uma produção nacional, Que horas ela volta é daqueles filmes que promovem uma reflexão profunda.

Nesse caso, nem só apenas sobre o papel da mulher na sociedade, mas também sobre os mais variados tipos de desigualdade.

A trama conta a história da pernambucana Val, que se mudou para São Paulo com o desejo de poder oferecer melhores condições de vida para a sua filha, Jéssica, que ficou no Nordeste.

Anos mais tarde, a garota telefona para a mãe e diz que quer ir viver com ela para fazer vestibular e começar uma faculdade.

A decisão muda o rumo da história e expõe conflitos que refletem uma realidade ainda muito presente.

Capitã Marvel

Lançado recentemente, o filme é ambientado nos anos de 1990 e narra a história de Carol Danvers, uma ex-agente da Força Aérea dos Estados Unidos, que não lembra de sua vida na Terra.

A medida em que ela se torna uma das personagens mais fortes do universo, a Terra fica entre o fogo cruzado provocado por uma guerra galáctica entre duas raças distintas de alienígenas.

É justamente nesse momento que a heroína se vê de volta ao seu planeta e começa a se redescobrir.

A construção da trama traz também aspectos importantes sobre o empoderamento feminino e a sororidade, mostrando que Carol Danvers não precisa ter um par romântico.

Afinal, ela conta com uma amiga que a ama e a apoia incondicionalmente.