quinta-feira, 18 abril, 2024 21:02

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Governo Trump anuncia investimento para retirar cidadania de imigrantes criminosos

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 Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse no dia 26 de fevereiro, que criou uma seção oficial em seu escritório de imigração para retirar os direitos de cidadania dos imigrantes naturalizados, uma medida que dá mais peso aos amplos esforços do governo Trump para remover do país aqueles que cometeram crimes.

A “Seção de Desnaturalização”, como foi chamada destaca o compromisso do departamento de levar justiça a terroristas, criminosos de guerra, criminosos sexuais e outros fraudadores que obtiveram naturalização ilegalmente, conforme afirmou Joseph H. Hunt, chefe da divisão civil do Departamento de Justiça, em um comunicado.

“A Seção de Desnaturalização continuará os esforços do departamento para perseguir aqueles que obtiveram o status de cidadania ilegalmente e garantir que eles sejam responsabilizados por sua conduta fraudulenta”, disse Hunt.

A medida promete expandir ainda mais uma prática que antes era usada com pouca frequência, mas que o governo Trump a reforçou a media como parte de sua repressão à imigração ilegal.

Isso deixou alguns advogados do departamento preocupados que temem que ações de desnaturalização possam ser usadas contra imigrantes que não cometeram crimes graves.

Os críticos afirmam que o desejo do governo de priorizar as desnaturalizações ressalta a ideia de que os cidadãos naturalizados têm menos direitos do que os nascidos nos Estados Unidos.

A nova seção substituirá a equipe de advogados de imigração que foi orinetada a se concentrar nos casos que revogam a cidadania daqueles que foram condenados por terrorismo, crimes de guerra, violações de direitos humanos e crimes sexuais.

O departamento não anunciou quem liderará o escritório, mas vários funcionários e advogados esperam que Timothy Belsan, que liderou o trabalho de desnaturalização do departamento, assuma esse papel.

Ele ajudou a revogar os direitos de cidadania de uma criminosa de guerra condenada, nascida na Iugoslávia, que omitiu em seu pedido de naturalização o fato dela ter executado civis desarmados durante os conflitos nos Balcãs dos anos 90.

O Departamento de Justiça, na época do presidente Barack Obama, também perseguiu desnaturalizações e visou pessoas que mentiram em seus pedidos e cometeram outros crimes.

Alguns advogados de imigração do próprio departamento expressaram preocupação de que as desnaturalizações possam ser amplamente usadas para retirar a cidadania de imigrantes que não cometeram crimes.

Em caráter de anonimato, eles concederam uma entrevista ao New York Times e falaram sobre o assunto.

Eles citam o fato de que o departamento pode buscar ações de desnaturalização não apenas contra pessoas que cometem fraudes e alguns criminosos. Mas uma autoridade do Departamento de Justiça afirmou que a nova seção priorizará pessoas que cometeram graves violações da lei.