quinta-feira, 18 abril, 2024 09:56

MATÉRIA

Implante de silicone nos seios: cirurgia plástica dá volume e simetria

Cirurgia exige decisões na escolha da prótese de silicone e pede cuidados no pós-operatório

O que é implante de silicone nas mamas?
O implante de silicone, também chamado de mamoplastia de aumento, é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo aumentar o volume das mamas e proporcionar um melhor contorno, firmeza e simetria para os seios através da inclusão de prótese de silicone.

Outros nomes
Implante mamário, mamoplastia de aumento.

Para quem é indicado
A cirurgia é indicada para pacientes que desejam aumentar o tamanho das mamas. O implante de silicone também é recomendado para casos em que houve o comprometimento da sustentação e firmeza das mamas, como as mulheres cuja perda de peso ou gravidez alteraram o formato dos seios. Mulheres que tenham assimetria entre as mamas também podem ser beneficiadas por esta cirurgia.

Pré-requisitos para a cirurgia
Para a realização do implante de silicone nas mamas são necessários alguns pré-requisitos:

– Não existe uma restrição de idade mínima para realizar a cirurgia, mas, se a paciente for jovem, o desenvolvimento das suas mamas deve estar completo;
– A paciente deve ser emocionalmente madura e possuir um claro entendimento das razões que a motivaram a procurar pela cirurgia. É importante estar segura da decisão, pois uma cirurgia plástica provoca transformações no corpo que muitas vezes são irreversíveis;
– As expectativas devem ser realistas: o procedimento pode melhorar significativamente a sua aparência, mas não é capaz de atingir a perfeição.
Possíveis contraindicações
Em geral, a cirurgia de implante de silicone nas mamas não é recomendada para mulheres com histórico familiar direto de câncer de mama (mãe e avó acometidas), pois ainda não há consenso científico quanto às limitações dos exames de imagem, como a mamografia, em pacientes que possuem próteses de silicone nas mamas.
Doenças imunológicas como artrite reumatoide, esclerodermia, lúpus ou doenças clínicas graves podem contraindicar a execução do procedimento. Isto porque o estresse cirúrgico pode aumentar a chance de piora da doença de base.
A presença vírus HIV apresenta uma contraindicação relativa, já que deve-se evitar qualquer evento capaz de descompensar o sistema imunológico.

Critérios de escolha da prótese de silicone
As medidas do tórax da paciente, o gosto do paciente, além do posicionamento e formato da prótese influenciam na escolha do tamanho do implante de silicone. Assim, tórax grandes suportam maiores volumes, enquanto grandes volumes podem comprometer a estabilidade e alinhamento corporal de tórax pequenos.
Um teste que pode ser feito para determinar o tamanho da prótese é provar diferentes próteses com sutiã ou lançar mão de programas simuladores de imagem. Neste caso, são tiradas fotos do paciente e, com recursos de imagem, é possível simular o resultado visual de diferentes próteses.

Posição do implante de silicone
nas mamas
A técnica cirúrgica empregada depende fundamentalmente de uma discussão cuidadosa entre médico e paciente. Além do tipo de prótese de silicone, devem ser definidos a loja anatômica – local onde ficará alojada a prótese nas mamas – e o local da incisão – local por onde será inserida a prótese e ficará a cicatriz.
A prótese de silicone pode ser posicionada em três regiões diferentes: entre o tecido mamário e o músculo peitoral (submamária ou subglandular), entre a fáscia do músculo peitoral e o músculo peitoral (posição subfascial), que são regiões mais superficiais, ou entre o músculo peitoral e a parede torácica (posição submuscular), que posiciona a prótese numa região mais profunda.
A escolha da posição dependerá da espessura da pele e da quantidade de tecido mamário disponível para cobrir o implante, além da opinião da paciente em termos dos benefícios e riscos de cada abordagem.
Na hora de decisão pelo local em que será posicionada a prótese – que pode ser entre o tecido mamário e o músculo peitoral, por baixo da glândula mamária, ou entre a fáscia do músculo peitoral e o músculo peitoral – os principais prós e contras apresentados ao paciente são:

Posições submamária e subfascial
Há menos chance de distorção da mama, pois não ocorre o deslocamento do implante com a contração muscular, ou seja, as chances de um resultado estético satisfatório aumentam significativamente. O pós-operatório pode ser mais confortável e com retorno mais rápido à rotina normal, porque o trauma muscular provocado pela manipulação cirúrgica é muito menor. Porém, é necessário ter pele suficiente para cobrir o implante, já que, caso contrário, as bordas podem ficar visíveis e/ou palpáveis.

Posição submuscular
As bordas da prótese ficam menos aparentes, embora isto não seja garantido. Quando comparado ao posicionamento submamário, o risco de contratura capsular – uma complicação comum deste tipo de cirurgia – é menor. A realização da mamografia é menos dolorosa pois o implante está protegido pelo músculo peitoral. Por não estarem em contato direto com a glândula, as próteses submusculares produzem pouca influência na amamentação. As próteses sofrem menos ação da gravidade e com o passar do tento terão menor queda.
É recomendada para mulheres que têm pouco tecido glandular e são muito magras e em casos de risco de doença da mama, pois facilita o exame de biópsia. A contração do músculo peitoral no período pós operatório pode deslocar o implante para os lados, distorcendo a aparência da mama de forma imprevisível. A dor no período pós-operatório pode ser mais intensa por causa da distensão dos músculos que é provocada pela cirurgia. O tempo de cirurgia é mais extenso e a recuperação da cirurgia é mais lenta, e com mais restrições no tempo de retorno para as atividades físicas.

Tempo da cirurgia
A cirurgia de implante de silicone nas mamas demora em média três horas, podendo sempre haver variações de tempo, e é utilizada a anestesia geral, local com sedação ou peridural.

Recuperação após a cirurgia
Os cuidados após a cirurgia de implante de silicone são:
– A paciente deve dormir de barriga para cima, nunca de bruços ou de lado, utilizando um ou dois travesseiros para elevar o tórax discretamente. Só será permitido dormir de lado e de bruços após seis semanas e três meses, respectivamente.
– Logo após a cirurgia a mulher deve utilizar por duas semanas de forma contínua (24 horas por dia), até mesmo para dormir. Ele não deve ficar exageradamente apertado e deve ser removido apenas na hora do banho.
– Ao tomar banho, remova cuidadosamente os curativos que estão em torno da cicatriz. Não retire o esparadrapo poroso colocadas sobre a cicatriz. Lave a região da incisão delicadamente com água e sabonete líquido neutro, seque-a e coloque uma gaze seca entre as incisões e o sutiã antes de recolocá-lo.
– Após duas semanas da cirurgia, o uso do sutiã é liberado para uso apenas durante o dia. Esse cuidado deve permanecer por mais duas semanas. “A compressão pode favorecer a cicatrização dos tecidos, minimizar a ocorrência de complicações e resultar numa cicatriz menos perceptível no futuro”, explica Erick Oliveira.
– Não eleve os braços acima do nível dos ombros por duas semanas. Isso pode romper os pontos da cirurgia, deslocar a prótese e prejudicar o resultado final do implante.
– O retorno ao trabalho e viagens são permitidos após aproximadamente seis dias. – Evite dirigir ou manter relações sexuais por pelo menos duas semanas.
– Em geral, deve ser evitado ao máximo o uso dos braços e ombros durante os dois primeiros meses, o que ajuda a impedir alterações no posicionamento dos implantes.

Inchaço e dor
A dor após o implante de silicone é esperada, principalmente se a colocação do silicone for submuscular. A intensidade da dor vai depender da recuperação de cada pessoa. Para amenizá-la, seu médico irá receitar medicamentos específicos para essa finalidade. O inchaço, que acontece em função da manipulação cirúrgica, está sempre presente e costuma melhorar um mês após a cirurgia.

Exercícios físicos
Os exercícios físicos estão liberados após duas semanas, desde que não exijam movimentos bruscos dos braços e tórax. A bicicleta ergométrica pode ser utilizada duas semanas após a cirurgia, contanto que o tórax e os braços fiquem relativamente imóveis. Qualquer exercício que utilize os braços de forma intensa – como natação, levantamento de peso, corrida, tênis, e outros esportes com bola – são permitidos após dois meses.
“É indicado o uso um sutiã tipo “top esportivo” sempre durante a realização de atividades esportivas que causam deslocamento significativo das mamas”, explica o cirurgião Erick Oliveira. “Essa atitude positiva pode ajudar a aumentar a longevidade do resultado em relação à posição dos implantes”.