No ritmo atual, alerta a OMS, o número de casos pode aumentar em 60% nas próximas duas décadas, com os países em desenvolvimento como as principais fontes de novos casos.
O câncer continua a se espalhar pelo mundo, mas melhores medidas de prevenção podem desacelerar seu curso e salvar centenas de milhares de vidas a cada ano, especialmente nos países em desenvolvimento e emergentes. Essas são, em essência, as principais mensagens de dois volumosos relatórios divulgados na terça-feira, 4 de fevereiro, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC).
A primeira observação é a de um aumento acentuado na incidência de câncer em todo o mundo. Segundo o relatório da IARC, 18,1 milhões de novos casos foram diagnosticados em 2018 em todo o mundo. A agência não produz uma comparação com os dados de seu relatório anterior, entregue em 2014 e com base nos valores estimados para o ano de 2012. Eles indicaram um número total de novos casos de câncer de 14 milhões, mas , diferentemente das estimativas anunciadas para 2018, excluíram certos tipos de câncer de pele.
Corrigindo essa diferença entre as duas análises, dizemos na IARC, o número de casos para 2018 seria de 17 milhões, portanto o aumento da incidência seria de cerca de 20% entre 2012 e 2018. Ou um aumento no número de casos uma taxa duas a três vezes maior que o crescimento da população mundial no mesmo período. No entanto, essa estimativa deve ser tomada com cautela, pois nenhum cálculo de incidência ajustado na estrutura etária da população mundial permite, no relatório da IARC, comparar rigorosamente a situação descrita em 2012 e em 2018. o câncer atingiu 9,6 milhões em 2018.
Um em cada cinco antes dos 75 anos
Os maiores riscos por vir dizem respeito aos países mais emergentes e de baixa renda do que aos países mais desenvolvidos, onde a mortalidade tende a estagnar ou diminuir nas principais formas da doença. Segundo a OMS, “se as tendências atuais continuarem, o mundo experimentará um aumento de 60% nos casos de câncer nas próximas duas décadas. O número de novos casos aumentará mais nos países de baixa e média renda, com as menores taxas de sobrevivência. ” A partir de hoje, de acordo com a OMS, um em cada cinco será atingido pelo câncer antes da idade de 75 anos e que a doença é a primeira ou a segunda causa de mortalidade prematura – ou seja, entre 30 e 69 anos – em 134 dos 183 países analisados ??pela IARC.