Embora pareça algo inofensivo e divertido, o hábito de investigar a rede sociais dos outros pode viciar e gerar ansiedade e depressão.
O surgimento das redes sociais mudou drasticamente o nosso comportamento, a forma como vemos o mundo e como nos comunicamos. Também gerou uma revolução nas nossas relações interpessoais e amorosas.
Quando o Instagram e as redes sociais não existiam, encontrar na internet uma foto da pessoa que você estava apaixonada era missão praticamente impossível. Mas o avanço tecnológico mudou esse cenário. Se escrevemos o nome de alguém em páginas como o Facebook, Twitter ou Google, em poucos segundo podemos saber com o que a pessoa trabalha, seus hobbies, as viagens que fez, quem são seus amigos, se está ou não solteiro, etc.
Assim, o acesso rápido, fácil e anônimo à informação converteu todos nós em stalkers.
O que é um stalker?
A palavra stalker vem do termo em inglês stalking. O stalking é uma forma de assédio que significa perseguir o outro onde quer que ele vá para estabelecer algum tipo de contato ou relação. Hoje em dia, a palavra stalker é utilizada para definir uma pessoa que usa a internet, principalmente as redes sociais, para vigiar ou espiar a vida allheia.
Em maior ou menor medida, todos já demos uma olhada no perfil de alguém ou demos um Google no nome de uma pessoa para ver o que aparece. Ter curiosidade de saber um pouco mais sobre uma pessoa é algo normal. Olhamos o LinkedIn de um novo colega de trabalho, buscamos informações de uma pessoa que acabamos de conhecer e que nos interessa amorosamente, entramos no perfil de um ex. E também publicamos sobre nós mesmos. Ou seja, todos espiam e se deixam espiar.
No entanto, embora seja algo natural, devemos tomar um pouco de cuidado com esse hábito. Muitas vezes, o que começa como uma curiosidade inofensiva ou algo divertido pode virar uma obsessão e um vício. O problema começa quando a pessoa passa a acreditar em tudo o que vê nas redes sociais e deixa de viver a vida real para viver a vida virtual do outro.
Alguns indícios nos ajudam a detectar se estamos passando os limites saudáveis do uso das redes sociais. Os principais são:
Deixar de lado compromissos e tarefas importantes: deixar de realizar as suas própias atividades para acompanhar virtualmente o que o outro está fazendo.
Passar muito tempo espiando a vida da outra pessoa: os stalkers passam muitas horas supervisionando a atividade online do outro (o que posta, quem começa a seguir, quantos likes ganha e de quem, etc.).
Sentir ansiedade quando não está nas redes sociais: a vida real perde o sentido. Quando não está buscando algo sobre o seu alvo de interesse, sente muita ansiedade. Nada tem graça.
Ações repetidas: entra mil vezes nas redes sociais da outra pessoa e sente uma grande decepção quando não encontra nenhuma atualização.
Dificuldade para concentrar-se em outras tarefas: o stalker não consegue, por exemplo, se concentrar no trabalho e ser produtivo. Muitas vezes, o tempo que deveria estar trabalhando é gasto nas redes sociais. Assim, ele desenvolve um comportamento vicioso, que foge do seu controle.
Olhar o perfil de gente desconhecida: é comum quem pratica o stalking passar horas olhando o perfil de gente que nem conhece. Entra na página de amigos do amigo, vai no perfil de alguém que deu um like ou comentou determinada foto do crush, etc.
As consequências de stalkear nas redes sociais
Stalkear a vida das outras pessoas nas redes sociais pode ter muitas consequências negativas. Pesquisas mostram que as pessoas que navegam nos perfis dos seus amigos e não publicam nada nos seus sofrem uma diminuição no seu bem-estar. Ainda de acordo com esses estudos, mais de um terço dos usuários do Facebook disseram abandonar a página se sentindo pior do que quando entraram. E quanto mais tempo uma pessoa passa no perfil do Instagram do seu ex, maior o sofrimento.
Além disso, stalkear traz enormes prejuízos para a vida social e laboral do indivíduo. Normalmente o stalker se afasta dos amigos, deixa de praticar esportes e tem uma queda no rendimento no trabalho ou nos estudos.
A pessoa que passa horas espionando a vida dos outros na internet também tem a sua saúde mental afetada porque esse hábito costuma se converter em um vício, podendo desencadear problemas como ansiedade e depressão.