“Ser mulher vai muito além de ter o privilégio de trazer a vida humana à Terra. Ela traz também a justiça, o equilíbrio e a fascinação do belo.”
Como mulher, quantas vezes você já se pegou olhando para trás e ouvindo histórias sendo contadas dentro de lutas, dores, culpas, medos, frustrações, desesperos e, talvez, até vontade de morrer? Quantas vezes você viu e sentiu mulheres sendo discriminadas por sua etnia, seus
costumes, seu jeito de ser ou de se expressar? E, quantas mulheres você conhece que se julgam não merecedoras de amor, e tantas outras que se permitem ser abusadas emocional, verbal e até mesmo fi sicamente por medo de deixar um relacionamento? Refl etindo sobre estes pontos, percebemos quanta luta interna e, ao mesmo tempo, o quanto a mulher ainda é bebê em termos de autonomia no reconhecimento de seu próprio valor. Foi somente depois de muitas lutas que a mulher conquistou algumas, das quais chamamos hoje de “liberdades”.
Eu me lembro que quando criança, nos anos 60, minha madrinha como professora e diretora de escola era respeitadíssima pela sua posição, pois foi apenas nesta década que alguns avanços tiveram êxito. O direito à vida política, educação e direito ao divórcio se deu no Brasil
em 1962, pois até então, a mulher ainda era considerada ‘propriedade’ do marido e tinha que ser totalmente submissa a ele, independente de sua felicidade ou bemestar emocional. O machismo era forte e dominante!
No entanto, se fi zermos uma pequena retrospectiva no tempo, veremos que sempre houveram questões semelhantes e também mulheres guerreiras que lutavam por seu povo, seu reinado e pela justiça. Por exemplo, há 1500 anos antes de Cristo, as mulheres celtas não temiam a vida, e a dignidade de uma mulher jamais poderia ser ultrajada mesmo diante do machismo que também já existia naquela época. Um pouco mais a frente desse tempo, vemos histórias bíblicas de mulheres heroínas como Débora, profetisa e líder política, mãe de Israel. Sara com
sua beleza e sabedoria ao lado de Abraão (afi nal, ao lado de um grande homem, há sempre uma grande mulher), e Ester, que como rainha arriscou sua vida também para salvar seu povo.
A história da humanidade nos remete a uma realidade que é sempre presente, embora se passem centenas de anos. Muitas liberdades são
conquistadas gradualmente e, sem dúvida, isso traz mais conforto na forma de se perceber enquanto mulher, e já não mais se sentir como ‘escrava’, independente de sua cor.
Hoje, assim como ao longo da nossa história, muitas mulheres contam com sua independênciafi nanceira, são grandes líderes e ocupam espaços que acabam por intimidar alguns homens menos seguros. Mas, será que mesmo com todas estas conquistas, a mulher deixou de se sentir discriminada, ter menos dores e se sentir mais amada? Vamos considerar que a mulher, com todas as opressões vividas, desde o tempo de Eva, tem vivido em constante entrave para eliminar do inconsciente individual e coletivo o sentimento de culpa que vai muito além de alguns resvalos.
Inegavelmente, trazemos histórias ao longo dos anos que ficam registradas em nossas células e em nossa energia como um todo. Então, voltamos por um segundo as heroínas citadas acima e perguntamos: Elas também tinham suas dores culpas, medos, frustrações e desesperos? Sem dúvida. Na condição humana somos todos providos de capacidade de experienciar todo e qualquer tipo de sentimento,
independente de gênero. A grande diferença é como usamos aquilo que nos distingue dos animais, ou seja, um cérebro mais complexo e o entendimento da melhor forma de como usá-lo.
A próxima pergunta seria: O que todas elas tinham em comum que as tornam heroínas? Todas estas mulheres eram guerreiras, porque venceram seus limites e seus medos humanos. Elas também cuidavam de sua família e todos os afazeres do lar, exatamente como fazemos
hoje, e não negligenciavam os cuidados com a beleza e sensualidade feminina, pois entendiam que estas faziam parte do respeito a vida na condição de mulher, e zelo por sua responsabilidade de trazer a vida humana como representação Divina na Terra. E isto as tornavam ainda
mais fortes e respeitadas.
Porém, existia um fator determinante que as diferenciavam de forma altamente notória e sem exceção. Elas cultivavam com tremenda sabedoria a sua FÉ. A fé dessas mulheres, as faziam ultrapassar quaisquer limites que, medos e inseguranças humanas quisessem impor.
Não somente sua fé em Deus, mas a fé em si mesmas como sua filha. Então, voltemos para o aqui e o agora. Sabemos que através de incansáveis esforços tivemos muitos avanços referente aos direitos da mulher e conquistamos homenagem em nosso próprio dia internacional. Porém, sejamos conscientes que a conquista é diária e a cada minuto de nossa existência, e não somente em relação ao mundo
externo onde as regras são ditadas pela sociedade em que vivemos, mas especialmente em nosso mundo interno, onde muitas dores talvez ainda gritam pela sua liberdade.
Quando se pegarem no desconforto dessas dores, ou seus medos e frustrações, enfrente-os! Entenda que sempre será sua escolha de como direcionar sua energia e sua Fé. Aprenda a gerenciar suas emoções evitando o vício de olhar para o passado com dor ou com sentimento de fracasso. Olhar para frente é o que proporciona a possibilidade de ressignifi car sua história e, se libertar emocionalmente na mesma proporção que buscamos liberdades em nossasociedade, assim como fi zeram nossas heroínas acima.
Lembre-se: como parte da criação especial Divina, a mulher veio aqui para representá-Lo em forma humana e continua tendo grande responsabilidade no equilíbrio, na justiça, na beleza e na harmonia da humanidade. Então MULHER, continue olhando para si, para o seu valor. Amese como seu Criador a ama e confi e em sua voz interior. Construa alianças com outras mulheres que lhe inspiram confiança, pois “quando mulheres dão suporte umas às outras, coisas incríveis acontecem!”. Eu sei que no âmago de sua alma, você mulher, sabe que tem seu poder e que possui algo extraordinário dentro de si. Você apenas precisa ser lembrada disso.
Feliz Mês da Mulher!