A decisão de ter ou não ter filhos é uma das mais importantes da vida da mulher, mas muitas vezes a pressão social a impede de escolher de forma tranquila o caminho a ser seguido.
A revolução sexual (gerada pela descoberta da pílula anticoncepcional) contribuiu bastante para a emancipação feminina e para a luta contra a desigualdade de gênero. No entanto, a ainda recai sobre a mulher uma enorme pressão para casar e ter filhos.
Boa parte da sociedade ainda acredita que elas nascem com um instinto maternal e que só se realizam como pessoas quando se tornam mães. Assim, as meninas são educadas com um plano de vida preestabelecido que consiste em crescer, estudar, ter uma carreira, casar e ter filhos. Muitas pessoas nem consideram a ideia que ser mãe é uma escolha pessoal como tantas outras e não deve ser encarado como uma obrigação para satisfazer expectativas alheias.
Para tornar o tema ainda mais complexo, a vida fértil da mulher, ao contrário do que ocorre com os homens, começa a diminuir a partir dos 30 anos. E poucas podem engravidar naturalmente depois dos 40 anos. Assim, quando se aproximam dos 30, a maioria das mulheres têm de enfrentar um debate interno se querem ou não ser mães.
O problema é que nessa faixa etária muitas delas ainda não têm a estabilidade sentimental e econômica para poder dar esse passo. E, devido à pressão social, elas se veem sozinhas e angustiadas por não ter com quem compartilhar uma decisão tão importante.
Como enfrentar a pressão para ser mãe
A partir dos 30 anos, a família, os amigos e até os médicos começam a dizer para a mulher que se ela quer ser mãe precisa decidir logo. Se você está vivendo algo assim, a seguir encontrará 5 conselhos para enfrentar a situação de uma forma mais tranquila.
1. Reflita se quer ou não ser mãe
Esqueça a pressão externa e reflita se realmente quer ser mãe. Essa é uma decisão muito séria, que não dá para voltar atrás e que irá ser um divisor de águas na sua vida. Para clarear suas ideias, faça as seguintes perguntas:
• Realmente quero ser mãe?
• Posso assumir a responsabilidade de gerar um indivíduo?
• Sou consciente que minha vida dará um giro completo?
• Estou em uma relação estável e o meu parceiro quer ser pai?
• Tenho estabilidade financeira e emocional?
Fazer uma lista com os prós e contras pode ajudar você a decidir. Também pode ser muito útil passar a conviver mais com crianças e observar como é a rotina, quais são as demandas, os desafios da educação, etc. Uma boa ideia é conversar com alguma amiga próxima que já é mãe e pedir a ela que lhe conte de uma forma sincera como é a maternidade real.
2. Conecte-se com você mesma
Não deixe que a opinião alheia defina o seu caminho. Escute a sua voz interior e procure refletir se quer ser mãe porque realmente é algo que tem ilusão ou por pressão social e medo de se arrepender no futuro. Se você sente medo de se arrepender depois, lembre-se que o futuro é sempre incerto e que cada escolha fatalmente implica uma renúncia.
3. Se você quer ter filhos, mas não agora…
Se este é o seu caso, procure focar na sua carreira profissional e em outros objetivos que estarão por um tempo em segundo plano depois que o bebê nascer. Aproveite para viajar, economizar dinheiro, curtir com os amigos e viver o presente.
Além disso, procure não se angustiar com o relógio biológico. Converse com o seu ginecologista sobre o tema. Talvez uma opção seja congelar os óvulos. Embora o procedimento não seja uma garantia de gravidez no futuro, ele tem possibilitado a diversas mulheres realizar mais tarde o sonho de ser mãe.
4. Se a decisão for não
ter filhos, assuma
Se depois de refletir bastante você decidir que não quer ser mãe, o mais indicado é não inventar desculpas e assumir. A maternidade é uma decisão muito pessoal e ninguém deve obrigá-la a seguir por esse caminho. Lembre-se que não ter filhos é uma opção tão válida como tê-los. Mantenha-se firme em suas convicções. Cada pessoa tem o direito de decidir como quer viver e o fato de não ser mãe não significa que você não será feliz. A felicidade depende de muitos elementos e existem muitas mães que são extremamente infelizes.
A ideia de que a maternidade gera uma felicidade máxima e inabalável é uma fantasia. É claro que ter um filho desejado traz muita felicidade. Mas as pessoas não são conscientes do ato de generosidade e responsabilidade que a maternidade implica. Da mesma forma, a decisão de não ter filhos deveria ser vista como um ato responsável e generoso. Quando uma mulher é mãe sem querer, isso tem consequências muito negativas para a sua vida e do seu filho. Maribel Castelló, psicologa.
5. Se continua com dúvidas, não se sinta culpada
Lembre-se que você é totalmente capaz de tomar a decisão que lhe fará mais feliz. Seja ela qual for. Dê tempo ao tempo e não ceda a nenhuma pressão externa. Além disso, é importante ter em mente que você é uma pessoa adulta e não deve satisfações a ninguém. Ao se livrar da culpa, você estará mais preparada para seguir o caminho que lhe será mais conveniente.