quinta-feira, 3 julho, 2025 11:33

MATÉRIA

Depoimento de Laura Perrone

“Eu sou Laura Perrone – Sobrevivi ao Câncer, mudando a minha maneira de viver e de alimentar o meu corpo!

No dia 15 de março de 2013, recebi a notícia mais devastadora da minha vida: aos 28 anos de idade fui diagnosticada com estágio 2 Invasive Ductal Carcinoma, ou como conhecemos melhor, câncer de mama. Meu mundo caiu. Eu chorava perdida, com medo, sem saber o que pensar. Fizeram mil e um testes para ver de onde  o câncer surgira, e nada. Não sou portadora dos genes BRCA1 ou 2 ( genes que predispõem a mulher portadora ao desenvolvimento do câncer de mama, útero e ovários) e  não tenho histórico familiar de câncer de mama no lado materno. No final das contas, os médicos só conseguiram me dar como resposta que o meu diagnóstico era um caso extremo de má sorte. Thank you very much!

Depois do diagnóstico, vieram as consultas para determinar o tratamento, ou os tratamentos, melhor dizendo. Todos os médicos tinham a mente fixa em uma rota apenas: cirurgia-quimioterapia-remédios para o resto da vida.  A cirurgia seria a mastectomia, remoção total dos seios, quimioterapia para eliminar a possibilidade do câncer voltar em outras partes do meu corpo, e a medicação para o resto da vida para impedir que meu corpo produzisse progesterona, o hormônio feminino que estava alimentando o desenvolvimento do câncer.

A princípio eu vi o plano dos médicos como a única forma de me salvar. Até que um dia, uma amiga, ao saber da notícia, veio me visitar e me presenteou com um livro que mudaria a minha vida. O livro falava sobre uma jovem mulher que foi diagnosticada com um tipo raro de câncer e que conseguiu combater o avanço da doença mudando sua dieta e estilo de vida. Eu devorei o livro no mesmo dia. Li tudo, página por página, e virei uma espécie de “advogada no assunto”, para defender minha saúde. Passei a investigar todos os métodos alternativos para o tratamento do câncer. Tudo que me deparava, artigos, pesquisas, tratamentos, apontavam para o mesmo lugar: o desenvolvimento do câncer está diretamente relacionado à dieta do mundo moderno: fast food, açúcares, comidas artificiais e extremamente processadas. EUREKA! Uma luz se acendeu e eu decidi tomar o controle do tratamento que enfrentaria para combater esse ser intruso no meu corpo.

Mas, infelizmente, as coisas não acontecem como esperamos e uma andorinha só não faz verão. Eu era dona de casa, mãe de uma linda menina e sem trabalho, completamente dependente do suporte financeiro do meu marido, (Hoje Ex-marido) que na época, não concordou em custear meu tratamento alternativo. Pressionada pelos médicos e sem apoio familiar para conduzir meu tratamento natural, no dia 22 de abril eu dei entrada no centro cirúrgico para fazer a mastectomia que levou 8 (oito) horas para concluir. A recuperação foi lenta. Fiquei 15 dias enfaixada, com drenos para filtrar o excesso de fluidos dos tecidos. Dormia em uma poltrona pois dormir na cama estava fora de cogitação. Havia dias que achava que o remédio apenas não seria suficiente para amenizar a dor. Foi aí que me lembrei do livro e resolvi le-lo novamente. Desta vez, lia o livro e conversava com meu marido para que ele começasse a trabalhar a idéia de apoiar minha dieta. Ao invés de dizer que iria curar o câncer, eu apresentava a dieta para ele como um auxiliar na recuperação cirúrgica e fortalecedora do meu sistema imunológico. Com a graça Divina, ele começou a financiar minha dieta e me deu um “juicer” de presente.

E assim começou a mudança que, mais tarde, me livraria do bisturi do médico pela segunda vez. Eu mudei minha dieta 100%. Nada de proteína animal, e isso incluía leite e seus derivados, ovos e todos os tipos de carnes e frutos do mar. Pois é, plantas apenas e sucos feitos de plantas! Nos primeiros 5 dias de abstinência da comida habitual da mamãe, eu me sentia no fundo do poço. Dores de cabeça, náusea, dores no corpo, até febre cheguei a ter. Tudo porque meu corpo estava expelindo toda a química acumulada nele, não só da cirurgia, mas dos medicamentos e da própria dieta inadequada que tive por muitos anos. Mas depois que o pior passou…que maravilha! Minha pele mudou, minha energia aumentou, minha recuperação e cicatrização aceleraram de forma que os médicos ficavam espantados. Ah, claro, não preciso dizer que eu recusei fazer quimioterapia intravenosa. Tomei Tamoxifen por 6 meses mas por pressão familiar e médica, mas hoje não tomo mais.

E assim continuei por mais ou menos 6 meses, até que comecei a deslizar. “Só um dia não vai fazer mal” e nessa história comecei a abandonar o veganismo e passei a ser vegetariana lacto-ovo que evoluiu para pesco-vegetariana…e aí, o que acontece quando se foge às regras e se adiciona à dieta um trabalho estressante de telemarketing?? Relapso! E um ano após o meu primeiro diagnóstico, estava eu sentada na sala do médico novamente, ouvindo que os meus exames de rotina voltaram anormais. Estava com pré-câncer no cólo do útero.

Apesar de ser algo tratável em muitos casos, no meu,  os médicos decidiram fazer uma revolução. Estavam falando em cirurgia o mais rápido possível devido ao meu histórico de câncer de mama. Mas dessa vez eu fui mais firme e não dei ouvidos ao desespero médico. Disse que ia pensar com calma e ligaria para marcar a cirurgia se caso fosse essa a minha decisão. Desde esse dia eu passei por 4 outros médicos que me disseram a mesma coisa (Dois deles nem sequer me examinaram!). Para eles a cirurgia não era algo descomunal, mas para mim e para o meu marido era, pois nesta época ainda estávamos casados e esta cirurgia diminuiria em 70% as chances de eu ter uma gravidez completa caso quiséssemos ter outro bebê futuramente.

Com isso em mente, decidi, mais uma vez, voltar à minha dieta vegana, mas com acompanhamento profissional. Sendo assim, em junho de 2014, 3 meses após meu segundo diagnóstico, fui para a Flórida em um instituto fazer uma desintoxicação alimentar, espiritual e mental para fortalecer meu sistema imunológico, mais uma vez. Durante 3 semanas eu fui colocada em uma dieta vegana crudífera, ou seja, comia tudo cru e absolutamente nada cozido. Toneladas de brotos de plantas, legumes, verduras e sucos de verduras. Lá aprendi sobre os benefícios do suco da grama do trigo (wheat grass), do jejum para reparar o sistema imunológico, terapia intravenosa de doses altas de vitamina C, injeções de vitamina D,  saunas infra-vermelhas, suplementos feitos de plantas orgânicas, lavagens intestinais e a manutenção e fortalecimento do lado espiritual! Viva a meditação e ao yoga! Namaste!

Nesse instituto aprendi que é muito importante ter consciência sobre como alimentamos o nosso corpo. A frase “você é o que você come”é a mais pura verdade que existe. Se sobrecarregamos nosso corpo com gorduras saturadas, açúcares, e proteína animal, estamos contribuindo para a criação de um ambiente ácido propenso a formação, não só de cânceres, mas também de doenças crônicas como o diabetes, hipertensão, doenças do coração e digestivas. Se alimentarmos nosso corpo com vida, ele funciona a 100% de sua capacidade e não abre espaço para que organismos estranhos se acomodem causando desequilíbrio.

Hoje faz um ano e 7 meses que sigo a dieta 100% vegetariana. Há 3 meses, repeti meus exames de rotina e com a graça de Deus e da minha dieta, não há mais sinal de pré-câncer no meu cólon do útero e nem de câncer em lugar nenhum. Mais do que a cura, alcancei a vitória de ser dona do meu corpo e dos meus sentimentos. Hoje não faço nada que comprometa meu estado emocional e físico. Eliminei da minha dieta e da minha vida tudo o que contribuía para a formação de um ambiente ácido e propenso à doenças. O poder da cura de qualquer doença começa dentro de nós, com a força de vontade que possuímos dentro do nosso coração e com a consciência de que temos que fazer sacrifícios em troca de um bem maior. Se queremos, conseguimos!