quarta-feira, 24 abril, 2024 10:42

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Embolia pulmonar: o que é, sintomas, causas e tratamento

A embolia pulmonar é uma condição grave, também conhecida como trombose pulmonar, que surge quando um coágulo entope um dos vasos que leva sangue para o pulmão, fazendo com que o oxigênio não consiga chegar nos tecidos da parte afetada do pulmão, resultando em falta de ar repentina, tosse intensa e dor no peito, principalmente ao respirar.

Uma vez que a embolia é uma situação grave, sempre que existir suspeita é muito importante ir rapidamente ao hospital para avaliar o caso e iniciar o tratamento mais adequado, que normalmente inclui o uso de anticoagulantes diretamente na veia, terapia com oxigênio e, nos casos mais graves, cirurgia.

Sintomas de embolia – A embolia pulmonar pode levar ao aparecimento de sinais e sintomas à medida que há maior alteração da circulação sanguínea e do fornecimento de oxigênio, sendo os principais:

• Sensação repentina de falta de ar;

• Dor no peito que piora ao respirar fundo, tossir ou comer;

• Tosse constante e que pode conter sangue;

• Inchaço das pernas ou dor ao movimentar as pernas;

• Pele pálida, fria e azulada;

• Sensação de desmaio ou desmaio;

• Confusão mental, principalmente em idosos;

• Batimentos cardíacos rápidos e/ou irregulares;

• Tonturas que não melhoram.

Na presença de mais de um sintoma, é aconselhado ir ao pronto-socorro ou chamar imediatamente uma ambulância para confirmar o diagnóstico e receber o tratamento adequado, pois assim é possível prevenir complicações de saúde.

Como confirmar o diagnóstico – Os sintomas da embolia pulmonar podem ser confundidos com um problema cardíaco e, por isso, o médico geralmente recorre a exames de diagnóstico como exame de sangue, eletrocardiograma (ECG), raio X do tórax, tomografia computadorizada ou angiografia pulmonar para confirmar as suspeitas e iniciar o tratamento.

O que pode causar uma embolia – Embora a embolia pulmonar possa acontecer em qualquer pessoa, é mais frequente devido a algumas situações, como:

1. Falta de atividade físicaQuando se fica muito tempo parado na mesma posição, como deitado ou sentado, o sangue começa a se acumular mais em um local do corpo, geralmente nas pernas. Na maioria das vezes, esse acúmulo de sangue não provoca qualquer problema porque quando a pessoa se levanta o sangue volta a circular normalmente.

No entanto, pessoas que ficam vários dias deitadas ou sentadas, como acontece após uma cirurgia ou devido a uma doença grave como AVC, por exemplo, têm maior risco de o sangue acumulado começar a formar coágulos. Estes coágulos podem ser transportados pela circulação sanguínea até entupir um vaso pulmonar, causando uma embolia.

O que fazer: para evitar este risco deve-se fazer exercícios com todos os membros do corpo todos os dias e trocar de posição a cada 2 horas, pelo menos. No caso das pessoas acamadas, que não conseguem se movimentar sozinhas, pode ser recomendado o uso de anticoagulantes e a realização de exercícios com auxílio de um fisioterapeuta.

2. Cirurgias – Além do pós-operatório de uma cirurgia diminuir o nível de atividade física e aumentar o risco de formação de coágulos, a própria cirurgia também pode levar a uma embolia pulmonar. Isto acontece porque durante a cirurgia acontecem várias lesões nas veias que podem dificultar a passagem do sangue e causar um coágulo que pode ser transportado até os pulmões.

O que fazer: é importante cumprir todo o período de pós-operatório no hospital para manter a observação contínua do médico que pode atuar assim que surgem os primeiros sinais de problemas. Já em casa, é recomendado o uso dos remédios indicados pelo médico, especialmente os anticoagulantes, como a Varfarina ou Aspirina.

3. Trombose venosa profunda – Pessoas que sofrem com trombose venosa profunda (TVP) apresentam um elevado risco de desenvolver coágulos que podem ser transportados para outros órgãos, como o cérebro e os pulmões, provocando complicações graves, como embolia ou AVC.

O que fazer: para evitar complicações, deve-se seguir o tratamento indicado pelo médico, que geralmente inclui o uso de anticoagulantes. 

4. Viagens de avião – Fazer qualquer viagem por mais de 4 horas, seja de avião, carro ou barco, por exemplo, aumenta o risco de ter um coágulo devido ao fato de se passar muito tempo na mesma posição. No entanto, no avião esse risco pode estar aumentado devido às diferenças de pressão que podem tornar o sangue mais viscoso, aumentando a facilidade em formar coágulos.

O que fazer: durante viagens longas, como as de avião, é aconselhado levantar ou movimentar as pernas ao menos a cada 2 horas.

5. Fraturas – As fraturas são uma das principais causas de embolia pulmonar porque quando um osso se parte pode provocar lesões em vários vasos sanguíneos, além do tempo que se tem que ficar em repouso para a cura da fratura. Essas lesões podem não só levar à formação de coágulos, mas também à entrada de ar ou gordura na circulação sanguínea, aumentando o risco de ter uma embolia.

O que fazer: deve-se evitar atividades perigosas, como escalada, e manter as proteções adequadas em desportos de alto impacto para tentar evitar uma fratura. Após cirurgia para correção da fratura, a pessoa deve tentar se movimentar, de acordo com as orientações do médico ou fisioterapeuta.

Quem tem maior risco – Embora a embolia pulmonar possa acontecer em qualquer uma das situações anteriormente mencionadas, é mais frequente de acontecer em pessoas que possuem alguns fatores de risco, como:

• Idade superior a 60 anos;

• Histórico anterior de coágulos sanguíneos;

• Ter obesidade ou estar acima do peso;

• Ser fumante;

• História de doença cardíaca ou vascular;

• Utilizar pílula ou fazer tratamentos de reposição hormonal.

A embolia pulmonar é uma situação rara, mesmo em pessoas que tomam a pílula anticoncepcional, no entanto, na presença de sinais e sintomas que possam ser indicativos de embolia pulmonar, é importante que o médico seja consultado para que possa ser confirmado o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.

COVID-19 aumenta o risco de embolia? A infecção por COVID-19 parece aumentar o risco de formação de coágulos, o que pode acabar provocando uma embolia pulmonar. Isso parece acontecer principalmente nos casos mais graves, devido à intensa inflamação provocada pelo vírus no corpo, que além de prejudicar a circulação de sangue nos vasos do pulmão, também estimula a produção de substâncias responsáveis pela coagulação.

Por esse motivo, a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia [1] aconselha a realização periódica de exames de sangue em pacientes internados com COVID-19, com o intuito de avaliar parâmetros do sangue que estão diretamente relacionados com a coagulação, principalmente o valor de D-dímero. Além disso, também é recomendada a profilaxia com remédios anticoagulantes.

A vacina da COVID-19 pode provocar embolia? Embora existam alguns relatos de pessoas que desenvolveram embolia pulmonar após a vacinação contra a COVID-19, esse risco continua sendo muito baixo. Vários estudos também apontam que o risco de embolia pela vacinação é extremamente baixo quando comparado com o risco de embolia pela própria doença. Além disso, a COVID-19 pode trazer muitas outras complicações graves, que não estão associadas à vacinação. Assim, a vacinação continua sendo recomendada e considerada segura.

Como é feito o tratamento – O tratamento para embolia pulmonar inclui a realização de oxigenoterapia, em que é fornecido oxigênio à pessoa através de uma máscara, além da administração de medicamentos diretamente na veia para dissolver o coágulo que está impedindo a passagem de sangue, e de analgésicos para aliviar as dores.

Geralmente, o tratamento para embolia pulmonar requer internamento que pode durar algumas semanas ou meses. A cirurgia para retirada do trombo pode ser indicada nos casos mais graves ou quando a obstrução da passagem de sangue acontece devido a um objeto estranho ou pedaço de osso, por exemplo.