sábado, 20 abril, 2024 00:02

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kotel o Muro das Lamentações!

“Quando pensamos em Jerusalém o monumento que vem à mente é o Muro das Lamentações. O símbolo mais importante de Jerusalém reúne todos os dias milhares de judeus e turistas que vêm para depositar os seus desejos, como manda a tradição.”

Um pouco de história
O Muro das Lamentações ou Muro Ocidental é o único remanescente do Segundo Templo de Jerusalém que permanece de pé (516 a.C. – 70 d.C.). Concluído por Herodes, o Grande, este templo era um local sagrado para o judaísmo há dois mil anos, e seus vestígios continuam tendo o mesmo significado hoje em dia.

No ano 70 d.C. as tropas romanas de Tito entraram em Jerusalém, destruíram o templo e reduziram a cidade a escombros. Esse momento marcou um antes e um depois na história de Jerusalém. Embora a ideia de Tito fosse deixar a parede do muro ocidental de pé como símbolo da vitória de Roma sobre a Judéia, os judeus associaram isso à promessa de Deus de
proteger uma parte do templo que simbolizava a sua aliança
com o povo.

Um lugar sagrado
Mais de dois mil anos depois, o Muro Ocidental continua sendo um lugar sagrado para os judeus, que chegam de todas as partes do mundo para orar, pedir a chegada do Messias, o retorno dos exilados, a reconstrução do templo, entre outros pedidos.

Existe uma grande cerca que separa as duas zonas de oração do muro: uma dedicada às mulheres e outra aos homens. A oração dos homens costuma chamar mais à atenção, eles cantam os salmos em voz alta, formam coros e balançam a cabeça freneticamente em frente ao muro. Desde 2013, as mulheres podem orar em voz alta e utilizar os mesmos símbolos religiosos que os homens.

Nas duas zonas do Muro das Lamentações há estantes com exemplares da Torá para que todos os que queiram possam rezar, além de várias cadeiras de plástico para se sentar em frente ao muro.

Visitar o Muro das Lamentações
A entrada à praça e ao Muro das Lamentações é permitida a qualquer pessoa de qualquer religião. Se você respeitar em todo o momento os judeus que vão lá para rezar, você não terá problemas para se misturar com a multidão, se aproximar do muro e até mesmo gravar e tirar fotos sendo discreto. A única exceção é durante o Shabat. Nesse dia sagrado para os judeus não é permitido usar nenhum aparelho eletrônico.

Quando você visitar o Muro das Lamentações em Jerusalém, lembre-se de escrever os seus pedidos e preces em
um papel, dobrá-lo e deixar em algum dos buracos do muro.
É uma tradição judaica milenar que foi adotada pelos visitantes do mundo inteiro.

Alguns conselhos
Para visitar o Muro das Lamentações de Jerusalém, é
necessário passar um rigoroso controle de segurança antes de entrar na praça principal. Você terá que passar por
um detector de metais e os guardas poderão registrar a sua
mochila ou bolsa e pedir a sua documentação, pelo que é
recomendável que você leve o seu passaporte com você.
Quando você estiver no Muro das Lamentações, é importante respeitar as tradições judaicas que envolvem este lugar
sagrado. Os homens que queiram visitar a zona de oração
masculina deverão usar um quipá (você receberá um descartável grátis). As mulheres não precisam cobrir a cabeça.
Se você tiver a oportunidade, recomendamos visitar o
Muro das Lamentações durante o Shabat. Vale a pena ver de
perto o fervor dos judeus mais religiosos, os rituais dos judeus ortodoxos e o ambiente único deste dia.

Os Túneis do Muro das Lamentações
O Muro Ocidental do Monte do Templo é um dos remanescentes mais impressionantes e signifi cativos da Jerusalém dos dias do Segundo Templo, destruído há cerca de 2.000 anos. Ele se estende ao longo de quase meio quilômetro, mas, hoje, a parte visível na Praça do Muro das Lamentações é de apenas 70 metros. O tour pelos Túneis do Muro das Lamentações permite aos visitantes ter acesso a partes do Muro escondidas da vista e tocar as pedras originais e especiais que contam a história da nação judaica.

Os visitantes dos Túneis do Muro das Lamentações atravessam espaços subterrâneos antigos e fascinantes com achados arqueológicos extraordinários, como grandes arcos de pedra, poços de água, um antigo aqueduto que termina na Piscina Strouthion e muito mais. O passeio pelos túneis inclui modelos virtuais inovadores. É considerada uma atração internacional, sendo um dos locais imperdíveis na cidade de Jerusalém.

O tamanho do Muro das Lamentações (conhecido como o Kotel) e o método de sua construção mantêm pesquisadores de Jerusalém ocupados desde o século XIX. Em 1864, um engenheiro e arqueólogo chamado Charles Wilson chegou à Terra de Israel; sua primeira tarefa foi mapear a cidade de Jerusalém. No início de 1867, cerca de dois anos após as descobertas de Wilson, outro pesquisador britânico chegou a Jerusalém como emissário da Fundação Britânica para a Pesquisa da Terra Santa. Este pesquisador, Charles Warren, abriu escavações no Arco de Wilson (uma delas se encontra no salão de orações dentro daquele Arco) e alcançou a estrutura original das fundações. Durante sua missão a Jerusalém, Warren também descobriu um dos quatro portões de entrada para o Monte do Templo existentes no Muro Ocidental durante o período do Segundo Templo, e que mais tarde levaria seu nome: Portão de Warren.

Wilson e Warren foram os primeiros a descobrir a continuação para o norte do Muro Ocidental, mas tiveram dificuldades em dar continuidade a escavações organizadas e, devido a dificuldades causadas pelo governo otomano, suas missões nunca foram concluídas. Eles descobriram remanescentes de construções, mas não conseguiram decifrar o que eram e nem conseguiram explicar suas inter relações.

Durante 50 anos, do início da Primeira Guerra Mundial até a Guerra dos Seis Dias (1967), não foram realizadas escavações de pesquisa na área do Muro Ocidental. Somente após a Guerra dos Seis Dias e a reunificação de Jerusalém foram renovadas as escavações dos Túneis do Muro das Lamentações, com o objetivo de descobrir todo o seu comprimento.

Este projeto foi atribuído ao Ministério da Religião e conduzido pelo Rabino do Muro das Lamentações, o falecido rabino
Meir Yehuda Getz, com grande dedicação e preocupação com
os menores detalhes de engenharia e gestão. As escavações
prosseguiram por quase 20 anos, acompanhadas de muitas
dificuldades e desafios. Com o estabelecimento da Fundação
do Patrimônio do Muro das Lamentações, em 1988, a responsabilidade pelas escavações lhe foi encaminhada e seu
pessoal dá continuidade a este projeto até o presente dia,
além de abrir os Túneis para o público.

O projeto de escavação dos Túneis do Muro das Lamentações, conduzido com grande rigor sob uma cuidadosa supervisão Haláchica (relativa à Lei judaica) e científica, revelou ao
público uma Jerusalém dos seus dias de glória, de 2.000 anos
atrás. Durante as escavações, novos detalhes foram descobertos sobre a história e a geografia do Monte do Templo ao
longo das gerações. Fatos anteriormente desconhecidos sobre métodos de construção, locais escondidos e achados arqueológicos importantes foram descobertos. Pouco a pouco,
descobriu-se a Grande Ponte do período do Segundo Templo,
juntamente com banhos rituais que serviram a moradores
de Jerusalém e seus peregrinos; uma rua que, com base nas
moedas e cerâmicas encontradas no local, foi considerada
como sendo do período do Segundo Templo; e, claro, o Muro
Ocidental praticamente em todo o seu comprimento.

As escavações também revelaram imensos cursos de pedra do Muro – cuidadosamente esculpidos e incrivelmente bem preservados -, antigos poços de água e um antigo túnel
de água do período asmoniano, bloqueado por Herodes quando expandiu o local do Monte do Templo, juntamente com
os impressionantes projetos de construção muçulmanos da
Idade Média e que, em grande medida, preservaram o Muro
ao longo dos anos. Todos esses achados tornaram os Túneis
do Muro das Lamentações um tesouro histórico e arqueológico fenomenal, mas, ainda assim, há muito mais coisas escondidas do que reveladas ao pé do Monte do Templo. Então, prossegue o trabalho de escavação dos túneis.

Grandes esforços foram feitos pela Fundação do Patrimônio do Muro das Lamentações para preparar os Túneis para o
público e permitir uma passagem segura, protegida e agradável para seus visitantes. A restauração dos arcos antigos, a estabilização das pedras danifi cadas pelos terremotos e a reparação do dano causado pela água exigiram soluções únicas de engenharia e segurança. Novos sistemas de ar condicionado,
iluminação, sinalização e esgoto foram instalados, e construídas passarelas que também são apropriadas para pessoas
com defi ciência.

Para completar a experiência do visitante no local, foi estabelecida uma rede profi ssional guiadora e explicativa, utilizada por todos os visitantes dos Túneis, que lhes revelam todos os detalhes fascinantes envolvidos na construção do Muro
Ocidental e do Templo, e sobre a vida cotidiana na antiga Jerusalém. O guia nos Túneis do Muro das Lamentações é oferecido em uma variedade de idiomas e para uma grande variedade de públicos: crentes, grupos escolares, soldados das
FDI (Forças de Defesa de Israel), famílias, grupos organizados
e turistas de Israel e de todo o mundo.

Milhões de visitantes de todo o mundo visitaram os Túneis
do Muro das Lamentações desde o dia em que foram abertos
ao público, tornando-se rapidamente um dos locais turísticos
mais populares da Cidade Velha. Existe uma taxa de entrada
para os Túneis e, devido à enorme demanda de visitas ao longo do ano, é altamente recomendado fazer reservas antecipadas.

Os Túneis do Muro das Lamentações são uma espécie de
“túnel do tempo” para a antiga Jerusalém, sendo cada visitante
carregado de volta diretamente para os dias de glória da cidade durante o século I EC. No entanto, a visita não é apenas
uma viagem ao longo do tempo, mas também uma lição poderosa de história Judaica, arqueologia e topografi a da cidade.