quinta-feira, 25 abril, 2024 22:34

MATÉRIA

Onde investir o meu dinheiro, no Brasil ou Estados Unidos?

Me mudei do Brasil e agora?

O que fazer com meus investimentos?

Ou ainda: como começar e em que país investir?

Essas são perguntas frequentes feitas por imigrantes brasileiros e espero poder ajudar na busca da resposta para tais dúvidas.

Para falar sobre isso, temos que falar sobre investimentos em bolsa de valores, títulos de renda fixa de governos e o principal – câmbio.

O câmbio entre dois países é definido dentro de alguns parâmetros, sendo os principais: taxa de inflação diferencial entre ambos os países e risco país.

O Brasil teve anos de muita euforia e crescimento econômico na primeira década dos anos 2000, época essa em que a China despontou e demandou por comodities e essa é a “especialidade” brasileira, exportar commodities (milho, trigo, soja, café, açúcar, petróleo, minério de ferro, carnes etc…). Houve uma demanda tão grande por esses itens que muitas delas tiveram os seus preços mais altos (em toda a história) lá pelos anos 2008/2009, quando veio a crise imobiliária e derrubou o consumo no mundo todo. Daí para a frente, o Brasil tem amargado um dos menores crescimentos da economia, com a presença de inflação e aumento de risco político/econômico; em face disso, passou a ter a sua nota de risco rebaixada pelas agências e hoje se coloca em igualdade com países como Azerbaijão, República Dominicana e Trinidade e Tobago (nada contra esses países, mas nenhum deles tem a capacidade econômica do Brasil). O Brasil se encontra como ranking BB-, o que é apenas um grau acima de ser considerado “altamente especulativo”.

Vivemos o aumento do risco país por causa de toda a instabilidade que está sendo gerada pela questão do possível “furo” do teto de gastos, ano eleitoral a frente e toda a insegurança jurídica envolvida no país.

Outro dado importantíssimo no cálculo do câmbio é o diferencial da inflação. Quando o Brasil desistiu do controle cambial por bandas e ele passou a deixar que ele fosse flutuante, nós tínhamos quase a equivalência entre o dólar e o real. Nos EUA, a inflação está “sob controle” há muito tempo, tanto que os juros base da economia giram abaixo de 3% ao ano desde a crise de 2008. Nesse meio tempo nós já convivemos no Brasil com Selic de 2 dígitos (mais de 10% ao ano). Como seria possível comprar a mesma coisa que valia R$ 1,00 há 20 anos sendo que a inflação no Brasil foi muito maior que a dos EUA nesse período? – IMPOSSÍVEL! Por isso hoje 1 dólar vale cerca de R$ 5,60. (Só para termos de comparação: os dados de inflação nos últimos 12 meses nos EUA são de 6,21% enquanto no Brasil 10,22%).

Por ser um país que conviveu com taxas de juros tão altas, a sua população nunca foi estimulada a correr maiores riscos na hora de investir porque conseguia um rendimento de mais de 10% ao ano aplicando em títulos de renda fixa do governo. Essa é uma realidade muito diferente dos países desenvolvidos como os EUA, que tem a taxa de juros baixa e então sua população acaba por investir mais em instrumentos que de maior risco na busca de um retorno mais interessante do que o conseguido no investimento nos títulos de renda fixa do governo.

Outra comparação digna de nota é que estamos perto dos 3,5 milhões de CPFs com contas em corretora de investimentos no Brasil, algo em torno de 1,65% da população total enquanto nos EUA temos cerca de 184 milhões de pessoas com investimentos em bolsa de valores, representando 56% da população.

A diferença não se limita a quantidade de pessoas, mas também no tamanho do mercado. Somente a receita da Apple é quase 5 vezes maior que a soma da receita das 5 maiores empresas do Brasil (Petrobrás, Itaú, Bradesco, Vale e Ambev) e conforme o real se desvaloriza, essa diferença só aumenta.

Se dolarizarmos o valor do Ibovespa (dividir o número de pontos do índice pelo preço do câmbio dólar/real) percebemos que a máxima histórica foi atingida em 2008 e de lá para cá, engrenou em uma longa baixa de quase 70% de perda.

A bolsa americana, além de ser a maior e mais líquida do mundo já não passa pelo mesmo problema. Após a crise de 2008 entrou em um bull market (mercado de alta) que dura até hoje, ignorando inclusive a covid-19.

Pode ser que exista um primeiro impacto por não conhecer direito as empresas e setores da bolsa americana, mas sem dúvida, ela é um dos melhores locais para se ter uma ação.

Se sua intenção é ter mais segurança nos investimentos, então sugiro que você pense em dolarizar seu patrimônio, pelo menos grande parte dele porque conforme visto, a bolsa americana tem um desempenho muito melhor do que a brasileira e sempre que acontece alguma crise no mercado (e as crises são cíclicas e acontecem de tempo em tempo) a moeda brasileira potencializa sua   desvalorização, ou seja, você pode ver o seu patrimônio crescendo em real e encolhendo em dólares e na hora que perceber que deveria ter mandado o dinheiro antes, vai ter perdido bastante oportunidade.

Por último cabe lembrar que mesmo a moeda oficial do Brasil sendo o Real, todos os produtos que consumimos tem seu preço vinculado ao dólar (desde alimentos a carros e eletrônicos) então nada melhor do que proteger o seu capital também o fazendo render em dólar, uma das moedas mais fortes do mundo e porto seguro para os investidores na hora da crise.

A melhor hora de dolarizar parte do seu patrimônio é AGORA!!! E estaremos aqui prontos para te ajudar.

Eu sou JJ Andrade, Empresário / Educador Financeiro e Gestor de Portfólios

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